Gene gay – Discussão gerada por geneticista e Silas Malafaia abre nova polêmica: “Eli Vieira não é autoridade final sobre o assunto”
As declarações em vídeo do geneticista Eli Vieira contestando os argumentos sobre genética usados pelo pastor Silas Malafaia na entrevista dada por ele ao De Frente com Gabi repercutiram nas redes sociais e agora, sofrem avaliações de outros formadores de opinião.
Com mais de um milhão de visualizações no Youtube, as declarações de
Eli Vieira foram analisadas sob uma ótica mais minuciosa e não tão
simplista pelo jornalista Pedro Burgos e pela socióloga Regina Facchini.
Burgos afirma que entende “que muita gente tenha se sentido
incomodada com as coisas que Silas Malafaia falou no domingo”, porém
ressalta que “o problema não é só o tom da revanche, mas a confiança
cega em ‘estudos’”, por parte do geneticista.
“Quando é conveniente para Eli Vieira [...] ele cita hipóteses.
Quando Silas cita livros e outros estudos que contradizem a sua visão,
que tem até mais base, isso é ‘charlatanice’”, pondera Burgos.
Regina Facchini ressalta que há que se diferenciar partes do assunto
para que a discussão seja feita a partir do equilíbrio e revela: “Há um
ponto que me preocupa muito: a repercussão nas redes sociais foi
bastante grande, especialmente entre pessoas preocupadas com a defesa
dos direitos de LGBT, mas infelizmente parece não se ater a essa
diferenciação”, afirmando que muitos entenderam que o discurso usado por
Silas Malafaia estava derrubado.
“Todos já ouvimos sobre estudos que procuram demonstrar que o
‘comportamento sexual humano’ sofre influências genéticas ou biológicas
de modo mais amplo. Não há novidade nisso. Esses estudos pipocam na
mídia há décadas. O novo é assumir e procurar difundir, de uma
perspectiva da genética, que há demonstrações científicas dessa
influência, mas também há o fato de que o comportamento humano NÃO É
DETERMINADO geneticamente”, pondera a socióloga que complementa
afirmando que o comportamento de uma pessoa “trata-se de algo bastante
complexo e não nos cabe reduzir essa complexidade para fazer com que
caiba em nossas escolhas morais. Do ponto de vista político, temos que
lidar com o fato tal qual é”.
Regina ressalta ainda que as palavras de Eli Vieira tornam acessíveis
e não simples um assunto complexo: “Lamento o uso que se tem feito na
rede desse vídeo pra dizer que ‘vejam, que bom, a gente nasce assim!’.
Além de simplificação absurda da questão e distorção do que o autor do
vídeo diz, há uma acomodação a um olhar reducionista em relação ao
‘comportamento humano’, que desconecta a questão de seu norte político
mais profícuo: trata-se de reconhecimento ou não dos direitos humanos”,
pontua.
Para o jornalista Pedro Burgos, o caminho contra a simplificação
equivocada das questões em torno da luta de ativistas é a definição de
princípios para basear o debate: “Temos que adotar uma postura, na falta
de um termo melhor, cientificista, de achar que um estudo X valida
qualquer ideia, e pensarmos na floresta e menos nas árvores”.
A psicóloga cristã Marisa Lobo também publicou um texto com pesquisa e opinião de diversos nomes conceituados
no meio científico para comprovar que “não existem fatos científicos
que provem que a homossexualidade seja genética. Todos os estudos
divulgados deixam claro que se trata de probabilidade apenas, e induzir
ao erro é considerado um grave delito na comunidade científica”, disse
ela que relata estar sendo fortemente atacada por militâncias gays e
ateistas devido a suas convicções e publicações na internet.
Nos comentários da matéria veiculada pelo Gospel+ sobre a tréplica de Eli Vieira a Silas Malafaia, o usuário Enelia analisou
o site do geneticista e criticou a posição dele: “Esse Eli parece uma
autoridade final sobre esse assunto, mas isso não é verdade. Estive
lendo alguns artigos dele e o que ele apresenta são estudos baseados em
observação e não em fato concreto confirmando que há algum tipo de genes
que determina que o indivíduo nasce homossexual [...]Ele argumenta que
na verdade ‘Há diferentes estudos propondo bases genéticas para a
homossexualidade e razões evolutivas para seu surgimento’, Ou seja são
estudos com propostas e não fatos científicos [...]Eu fico com a última
parte que ele disse: ‘…os geneticistas já sabem que é inadequado dizer
que existem genes ‘PARA’ estas características’ Ele acabou de confirmar o
que o Silas (cientificamente ou não) disse. Tudo está ainda no campo da
teoria”, escreveu.
Confira a íntegra dos artigos de Marisa Lobo, Pedro Burgos e Regina Facchini acessando os seguintes links:
“Malafaia ‘perdeu’ e a ciência ganhou? Não tão rápido”, por Pedro Burgos
“O status de humano e suas medidas”, por Regina Facchini
“Gene Gay? Com ciência não cabem malabarismo”, por Marisa Lobo
Por Tiago Chagas, para o Gospel+“O status de humano e suas medidas”, por Regina Facchini
“Gene Gay? Com ciência não cabem malabarismo”, por Marisa Lobo
http://noticias.gospelmais.com.br/gene-gay-discussao-geneticista-silas-malafaia-polemica-49521.html
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